
SET Sudeste fecha com keynote sobre o estado da arte da TV 3.0
A edição 2025 do SET Sudeste fechou com um excelente keynote de Carolina Duca, Gerente Senior de Tecnologia da Globo, intitulado: “TV 3.0, o futuro já começou”, onde descreveu o estado da arte do processo de criação do novo padrão de televisão brasileiro. Duca afirmou que na última semana de abril a Globo Rio terá dois transmissores experimentais de TV 3.0 funcionando nas torres do Sumaré e Penna.
A Gerente Senior de Tecnologia da Globo iniciou o seu keynote com um resumo da tecnologia e os passos do projeto até hoje, e disse que “a indústria abraçou o projeto, com muitas frentes que trabalhou em conjunto para desenhar novas tecnologias”. Carolina afirmou que 2025 é um ano muito importante quando saia do papel a tecnologia, para em 2026 na Copa do Mundo se consiga colocar duas estações comerciais no ar, uma no Rio de Janeiro e outra em São Paulo. “A TV 3.0 não é um projeto de tecnologia, é trazer os atributos do digital para dentro da televisão”.
A executiva explicou o que será a Lighthouse Globo que permitirá ter “um sinal no ar, que será um marco importante, mesmo não tendo tudo pronto”, era importante colocar um transmissor no ar, com um sinal de RF em teste. Por isso, “nosso objetivo era montar uma estação no Rio de Janeiro que nos permita testar o Stack Completo da tecnologia”, e assim, sermos “os primeiros no mundo em ter isso. O ineditismo” será importante para mostrar as diferenciais.
“A ideia é por no ar uma programação especial no fim de abril, o mês que vem, com centro exibidor que terá várias coisas novas que vamos incluir”, explicou, e disse que “no ano passado propusemos um modelo de core de rede que passa a receber os sinais das afiliadas e devolve a elas um sinal pronto”. Assim “neste ano começamos a testar esse modelo, criando um core na nuvem que começamos a por esse core com os elementos que deve ter na rede, que são os elementos básicos” que “usam todos os elementos de um ambiente de streaming para um mundo broadcast”.
Duca disse que quando “começamos a testar percebemos que o padrão tem de ser muito adequado porque as funcionalidades não estão ainda muito acordes. Por exemplo, na modulação, usamos um modelo de modulador que é a única que existe para ter uma solução no core. Hoje já temos os nossos encoders na nuvem e a operação de áudio do MPEG-H na nuvem para testar o quando resiliente é o sistema para um sinal broadcast”.
Outro destaque foi como esta sendo feita “a manipulação do manifesto”. Carolina falou dos transmissores de 3KM e 1KW que são compatíveis com a norma, que são Mimo, IDTx, e que serão instalados no Rio de Janeiro no Sumaré e na Pena que terão programação diferenciada, junto com antenas MIMO de 300 MHz. Ela ainda disse que como o sistema será em nuvem, “a orquestração é fundamental”, mas o desafio é que “não uma orquestração de core no mundo”.
Para Duca a TV 3.0 vai dar certo se “entendemos que a rede não pode ser mais estática. Vamos para uma rede mais dinâmica onde se sobem e baixam serviços”, motivo pelo qual o orquestrador é tão importante.
A executiva da Globo falou de uma viagem pela Ásia para entender o ecossistema de recepção e entender “quão pronto estaria o ecossistema de recepção”. Segundo ela, a possibilidade da antena indoor, “é a principal inovação”, mas ela é uma antena MIMO que gera um “desafio gigantesco pelas características”, e mostrou “o nosso sonho, uma antena com formato de porta-retrato” que um fornecedor prometeu produzir, “mas não sabemos se vai funcionar. Vamos receber um protótipo em abril, mas não sabemos se vai funcionar”.
Ela comentou que já há um set-top-box que consegue receber o sinal de DTV+, mas falta o “frontend”. “Já temos como receber, isso será importante para os testes” disse Duca, e explicou com certa satisfação que “estamos caminhando para tornar a TV 3.0 uma realidade”. A executiva disse que o transmissor do Sumaré terá uma programação diferenciada do transmissor da Pena, “mudando, quebrando o paradigma de hoje, porque criamos segmentação geográfica. Primeiro terá uma lista, mas depois teremos uma automação permitindo escala”.
Duca fechou falando da “nova forma de produzir e distribuir o nosso conteúdo”, onde o radiodifusor pode criar uma novo forma de consumir conteúdo por parte do o usuário, e explicou que a ideia é começar a pensar em construir “conteúdo de forma cíclica”, que permita ser medido e mensurado, mas para isso “precisamos mudar a forma de produzir”, uma forma de “experience management system (EMS) que permita criar a experiência do usuário”.
O Regional Sudeste contou com os seguintes patrocinadores Ouro: Alliance, Canon, CIS Group, SES, SpeedCast e Sony. Ainda tem os apoios da NeoID e Teletronix, e o apoio institucional da Abert, Abratel, Astral, Globo, MidiaCom, Record e SBT.
Por Fernando Moura e Tito Liberato