SET Sudeste analisa o futuro da transmissão satelital

O painel analisou como a distribuição por satélite está redefinindo modelos de negócios, ampliando o alcance e criando novas oportunidades no setor.  Ainda versou sobre as possibilidades de utilização do satélite na TV 3.0.

O painel “Distribuição por Satélite e Novos Modelos de Negócios: Conectando Oportunidades” contou com a participação de Fabio Alencar, VP Vendas Regional Latam da SES, e Eduardo Padilha, Gerente Comercial da Speedcast, e foi moderado por Julio Cezar de Souza, Coordenador Técnico e de Operações do SBT Rio de Janeiro.

Neste painel os especialistas discutiram inovações, desafios e estratégias para otimizar a conectividade e monetização. Souza começou o painel falando que décadas atrás se trabalhava de forma diferente na televisão, e como era “um tormento a viabilização de projetos” e para destacar a “importância do satélite para as pessoas. O satélite sempre será a melhor solução para o radiodifusor para aqueles que têm grandes áreas de cobertura”. Ele se perguntou “se será possível entregar a TV 3.0 via satélite nas emissoras e retransmissoras, será possível com a TV 3.0 ter uma regionalização?”.

Fabio Alencar disse que “há mais de 40 anos a SES levou para Luxemburgo engenheiros da Embratel”, e como o Brasil começou a ter satélite para a televisão. Ele ainda se referiu ao seu trabalho na Abrasat e como lá se trabalha na ideia de TV 3.0 via satélite com trabalhos sobre a distribuição multiponto. Na TV 3.0, “acredito que a interatividade será fundamental”.

O executivo falou de infraestrutura de rede com órbita GEO e as principais posições orbitais da SES na América Latina, com destaques para o México e o Brasil com a posição 47,5W, o SES-14 e o SES-6 na posição 40,5W.

Alencar destacou os projetos e serviços da empresa e disse que a SES está “mudando a forma de entregar conteúdo via satélite combinando as vantagens do broadcasting satélite tradicional com entrega em IP”, e assim falou do DVBI e o DVBNIP e afirmou que o desafio passa pelo “canal de retorno”. O primeiro é um padrão de vídeo para distribuição via satélite e terrestre, com acesso ao conteúdo transparente em dispositivos móveis e na TV. O que “viabiliza aos broadcasters expandirem sua oferta incluindo conteúdos via OTT e segunda tela via DTH”, e “agrega uma variedade de serviços através de uma única assinatura para os telespectadores”.

Por outro lado, o DVB NIP, explicou, é um padrão de vídeo para convergência de conteúdo entregue em IP via satélite e sistemas integrados com OTT, permitindo provedores de conteúdo combinarem as redes de broadcast com os serviços OTT viabilizados por satélite; e ampliando o alcance, criando novos casos de uso e fluxo de receitas”.

Finalmente falou da Mileto Brasil, a sucessora Oi TV, que, partindo da base existente de clientes da Oi TV para uma oferta de vídeo ampliada, utiliza satélite da SES. “Se esperava que este ano a OI TV encerrasse o serviço, mas aí apareceu um Grupo que comprou o serviço e vai levar a infraestrutura da OI TV, renegociou o modelo de satélite tradicional, e hoje a SES se associou a operação para viabilizar o negócio e a operação, e portanto esperamos que no futuro eles tenham mais serviços a oferecer aos mais de 600 mil lares que recebem o serviço”.

Na sequência, Padilha disse que a Speedcast tem no seu DNA o broadcast, e afirmou que “a empresa subiu 57 canais na Banda Ku, um sucesso que ninguém pode negar. A TVRO já tem mais de  14 milhões de lares atendidos.

Ele explicou que a empresa criou um laboratório de “testes agnósticos que apresenta soluções para a indústria e desenvolvedores de softwares. Pode também presentar para a área comercial da emissoras qual será a experiência da segmentação geográfica, compartilhar a infraestrutura do Core para viabilizar o investimento pelos radiodifusores, e desenvolver novos modelos de negócios”. Ele afirmou que ainda não “podemos falar de TV 3.0 por satélite”, porque estamos esperando o Decreto. Por isso, falamos de “core agnóstico que implantamos por meio de parceiros, e que criamos um core no qual encodamos o sinal DASH, com áudio Dolby”, tudo com os parâmetros que será da TV 3.0. Ele reforçou que “todos os equipamentos são Beta, que serão atualizados quando esteja pronto o decreto”.

Padilha disse que “no nosso estúdio criamos um STLTP com um transmissor da Rohde&Schwarz e com receptores norte-americanos para testar os processos”. O executivo destacou os testes realizados pela TV TEM em Sorocaba que permitiram encapsular sinais e “transmitir um sinal” do que será a “TV 3.0”.

Padilha falou, ainda, de transmissão via DVBNIP, o Native IP por transmissão satelital, que é uma geração de sinais em HLS/Dash em unicast sobre uma rede de transmissão satelital em multicast. Para isso, o conteúdo unicast precisa ser reconhecido pela transmissão DVB, portanto é encapsulado em GSE ou MPE. Na recepção do sinal no Set-top-box, o sinal então é transformado em unicast e distribuído por uma rede WIFI para vários devices tais como, celular, tablets, TVs”.

“Estamos criando um laboratório que permita que se criem novos negócios. Hoje esse core pode ser compartilhado com emissoras, um dos objetivos do nosso negócio é mostrar que é possível compartilhar infraestrutura, fazendo OPEX e não CAPEX”, finalizou Padilha.

O Regional Sudeste conta com os seguintes patrocinadores Ouro: Alliance, Canon, CIS Group, SES, SpeedCast e Sony. Ainda tem os apoios da NeoID e Teletronix, e o apoio institucional da Abert, Abratel, Astral, Globo, MidiaCom, Record e SBT.

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Por Fernando Moura e Tito Liberato