
SET Norte encerra com keynote sobre TV 3.0
O futuro presidente da SET, Paulo Henrique Castro, analisou a TV 3.0 e vislumbrou como será a nova Tv, uma TV para um futuro em transformação.
O encerramento do SET Norte que se realizou, pela primeira vez, em Belém do Pará, foi um excelente keynote de Paulo Henrique Castro, Conselheiro da SET e CEO/Founder do Mediatech Lab. O tema escolhido foi “Desvendando a TV 3.0: Transformação, mercado e futuro”. Ele disse no início que é preciso pensar a TV 3.0 como uma oportunidade porque estamos “frente a uma transformação da mídia, já que há 10 anos não existia o streaming de vídeo, ou seja, tinha iniciativas, mas nada registrado”.
Castro comparou o consumo de TV no Brasil e nos Estados Unidos e disse que o diferencial esta em que o share da TV aberta no país é de 52% contra o 21% dos Estados Unidos, e que enquanto lá o streaming ocupa 38% do total, no Brasil chega a 20%, o que desde a sua óptica, “no Brasil apesar dos avanços da digitalização a TV aberta segue muito relevante”. E reforçou que desde 2017 houve um avanço das TVs conectadas que aceleram a mudança do modelo de negócio, com um consumo de internet pela TV “que mais que dobrou nos últimos cinco anos nos domicílios”.
Ele mostrou a evolução da TV desde o seu início em 1950 e dos ciclos tecnológicos, para explicar que a TV 3.0 é a junção do broadcast e o broadband transformando a TV em uma TV Híbrida, e por isso, Castro reforçou que a evolução da TV passa “por combinar o melhor dos mundos, combinar os atributos que são complementares. A TV aberta tem larga escala, curadoria, confiabilidade, e a digital tem personalização, data driven e novas métricas, com isso, teremos o alcance regionalizado da TV aberta e o alcance segmentado do digital”, tudo em um só produto, a TV 3.0.
O próximo presidente da SET, Castro assume em janeiro de 2025, disse que no novo padrão há uma “convergência entre ambientes em toda a cadeia com antena Built In – antena interna -, para gerar experiências seamless entre o broadcast e o broadband”.
Castro citou oportunidades para o novo padrão, e disse que elas passam pela modernização tecnológica e novos modelos de negócios de forma nativa nos dispositivos com uma “nova experiência do consumidor com 4K, áudio imersivo, mais qualidade, interface de aplicativos, proeminência da TV aberta e uma jornada fluída e personalizada”, com “interatividade com social TV”. Outro dos pontos destacados é a publicidade integrada T-Commerce, acessibilidade e alertas.
Para falar da jornada, ele disse que a TV terá que encontrar a jornada do usuário, “a TV vai fornecer informações, dados, interatividade ao público e vai ser ele que decida o que quer ver, por isso vai ter que ter uma curadoria que ofereça conteúdos”. Ainda explicou as tecnologias utilizadas e reforçou que “o ATSC foi escolhido para a camada física”, mas disse que “codificação de vídeo brasileira é mais avançada que a norte-americana, então nós não somos o padrão americano puro, até porque quando escolhemos a camada física o fizemos anos depois e já a tecnologias novas como o MIMO, LDM, transmitir IP, incorporando isso no ATSC”.
Ele fechou afirmando que “há que arregaçar as mangas e por a tecnologia a funcionar”, mas insistiu dizendo que “a TV 3.0 não é comprar equipamento e continuar transmitindo áudio e vídeo, se o objetivo é esse não faça o investimento porque os preços vão cair”.
O SET Norte traz as últimas novidades do mercado de produção e distribuição de conteúdo em seminários conduzidos por profissionais renomados do setor. Os debates abordaram tendências tecnológicas e modelos de negócios das áreas de broadcast, mídia e entretenimento.
O SET Regional Norte contou os seguintes Patrocinadores Ouro: Alliance, Canon, Convergint, Embratel, Pinnacle, SES e Vivensis. O apoio de Delta ProVideo, NeoID, SpeedCast, Propaga e Teletronix e o apoio Institucional de Belém FM 87.5, TV Liberal, Record Belém, TV Paraense, SBT e RBATV.
Por Fernando Moura e Tito Liberato