
SET Nordeste: TV 3.0 e a geração de negócios
O Regional que se realizou em João Pessoa, capital da Paraíba, encerrou com um palestra sobre o futuro da TV aberta no Brasil e quais as novidades, passos e desafios que trará a implantação da TV 3.0/DTV+ no país.
O SET Nordeste que se realizou em João Pessoa, na Paraíba, fechou com o painel: “Desmistificando a TV 3.0: Geração de negócios e talentos”. O debate teve a participação de Guido Lemos, Professor Titular no Centro de Informática da UFPB/Secretário de Ciência e Tecnologia de João Pessoa, e Paulo Henrique Castro, Conselheiro da SET e CEO/Founder, Mediatech Lab. Este painel foi moderado por Josemar Cardoso da Cruz, CEO da XTREAM Solutions e Membro do ATSC.
Josemar Cruz abriu a conversa dizendo que a TV 3.0 ainda “não nasceu, ela se encontra ainda em gestação” e “vai demandar muito aprendizado”. Ele disse que pode imaginar que a demanda principal das emissoras “seria ter mais poder de conectividade, ligação com a mobilidade que ainda não chegou, mas tem de chegar, e o compartilhamento a infraestrutura”
Paulo Henrique Castro, que assumirá a presidência da SET em Janeiro próximo, disse em João Pessoa, que a TV 3.0 é uma evolução necessária para a TV sendo “a construção de um novo ecossistema que insere definitivamente a TV aberta na economia digital”.
Segundo ele, os diferenciais passa por ter mensuração, com consumo logado o que amplia o conhecimento do consumidor. Ainda publicidade integrada, com hipersegmentação geográfica, direct to móbile, T-Commerce, acessibilidade, recomendação personalizada, interatividade e alerta de emergência.
Para Paulo Henrique a TV 3.0 é uma experiência que começou com a implantação da TV 2.5. “A TV 3.0 é muito assunto técnico, mas muda a experiência do consumidor e muda o modelo de negócio, porque se o radiodifusor quiser fazer exatamente a mesma coisa que faz hoje na TV 3.0, não vai ter retorno de investimento porque vai gastar muito dinheiro para implantar a nova planta, as pessoas vão gastar para ter um televisor novo e o consumidor vai receber exatamente a mesma coisa”.
Assim, disse, “a TV 3.0 é uma caixa de ferramentas porque são milhões de ferramentas técnicas, que permitem explorar muitos modelos de negócios”, e para “o consumidor é uma experiência fluída, com a vantagem de ser parte de um ecossistema.
Ele finalizou afirmando que a TV 3.0 tem como desafio o “acesso a espectro para a transição tecnológica; a usabilidade e acesso direto aos sinais de TV aberta; o financiamento para viabilizar os investimentos de toda a cadeia de valor; e a capacitação para a nova tecnologia”.
Pela sua parte, o professor Guido Lemos (UFPB) começou dizendo que a forma de consumo mudou, e hoje “quem controla a tela é a indústria de recepção”, porque quem fabrica o aparelho “decide na hora do usuário ligar a TV o que ele vai ver, e nesse transição do 2 para o 3 não percebemos isso. Por este motivo hoje estamos correndo atrás para ter proeminência”, ou seja, quando o espectador ligar a tela “vai ter que ter um espaço nessa primeira tela de destaque para que as pessoas consigam acessar” ao conteúdo da TV aberta.
O professor disse que na TV 3.0 a TV aberta “se nivelará com as plataformas” porque as emissoras poderão oferecer conteúdo on-demand, “porque eles estão entrando no território da TV com a oferta de conteúdo ao vivo, por isso, a TV aberta poderá disponibilizar todo o acervo”.
Lemos falou de algumas novidades da TV 3.0, com a possibilidade de existir perfis, interação multimodal e efeitos sensoriais com “a possibilidade de transmitir vídeo tridimensional, vídeo 360, vai poder integrar a TV na rede residencial”. Ele falou de TV imersiva com aplicações multisensoriais que terão atributos básicos (obrigatórios), para serem padronizados e criados ao cadastrar o perfil do usuário, entre outras novidades.
A coordenação do SET Nordeste esteve a cargo de Ronald de Almeida e Esdras Miranda, e teve patrocínio da Alliance, Canon, Convergint, Embratel, EutelsatGroup, SES, Sony, PinnacleGroup/Blackmagic, Youcast e Vivensis. E conta como apoio de 2Live, DeltaProVideo, Propaga, Prostream, SM Facilities, SpeedCast, Teletronix e Broadmedia. E ainda conta com apoio institucional da ASSERP, Sistema Correio e TV Cabo Branco.
Por Fernando Moura e Tito Liberato