SET Nordeste: Futuro e Tendências do Mercado Audiovisual

O segundo painel da tarde analisou o “Futuro e Tendências do Mercado Audiovisual: Desafios e Oportunidades”.

A tarde do SET que se realiza em João Pessoa foi  moderado por Vinnie de Oliveira, CEO da Visual Revolution, CEO-founder da Go Beesiness e co-founder do Impact Hub e teve a participação de André Vajas, Presidente do Sindicato das Empresas Jornalísticas de Rádio e Televisão do Estado da Paraíba e Vice-Presidente da Associação das Emissoras de Radiodifusão da Paraíba (ASSERP/PB), Cacá Marthins, Superintendente do Sistema Opinião de Comunicação, e Ruy Dantas, Presidente do SinGroup.

Oliveira começou falando das oportunidades que pode trazer a chegada da TV 3.0, e como o modelo de negócio pode mudar. E, com isso, lançou a ideia de como “trakear a jornada de compra do usuário”. Ele fez uma análise e explicou com as suas palavras como “está sendo a transição para que as novas gerações se adaptem aos meios tradicionais” e como trabalhar e produzir conteúdos.

André Vajas da ASSERP/PB disse que “A TV 3.0 chega para mudar, e nós não estamos preparados para isso. O mindset do executivo de TV não está preparado para assumir o envelhecimento da nossa audiência”, e explicou que “+35 anos corresponde a 66% da audiência da televisão”, por isso, se perguntou como fazer com que os mais novos acessem a TV. “Sou diretor de uma afiliada do SBT, e sei que o bolo publicitário é pequeno, e, para nós, para migrar teríamos que investir mais de 5 milhões de reais”, por isso, disse “que não temos capacidade de investimento para migrar”, e reforçou que, para isso, “precisamos financiamento do estado”.

Cacá Marthins, Superintendente do Sistema Opinião de Comunicação, se disse otimista porque “desta vez não é mudança tecnológica, mas sim de modelo de negócio. Nós que trabalhamos na TV temos de reaprender tudo. Primeiro, temos de mudar a forma de infraestrutura partindo para compartilhamento”. Segundo ele, “haverá de compartilhar até estúdio, temos de mudar de paradigma. O broadcast e o broadband são complementares, temos de trabalhar juntos porque, tirando os nomes, vai ficar o produto. “Vamos ter de usar toda a infraestrutura, a CDN vai se transformar num grande negócio, esse é paradigma, porque no futuro vamos alugar equipamento, e vamos entrar em negócios nos quais seja possível entrar, entregando resultados mais eficientes que os entregues hoje. E a TV 3.0 nos vai permitir isso, entender melhor a jornada do cliente”.

Finalmente, Ruy Dantas, Presidente do SinGroup, disse que a “uberização das agências mudou e prejudicou o processo”, porque “se fez a analogia da cooperativa de táxis com o aplicativo de transporte”, que “provocou a adoção da gestão pelo contexto, a gestão binária, na qual quem regula é o crescimento do mercado, é o consumidor”.

Dantas disse que “estamos na hora de refazer o sistema que transformou o Brasil em um dos maiores produtores de publicidade do mundo”, porque “precisamos voltar a falar a mesma língua, para voltar a regular o mercado. Agora, estamos voltando a entender o mercado, mas, lá atrás, não o entendíamos, não sabíamos o movimento de uberização, por isso, precisamos fazer o que os nativos digitais fizeram com o mercado, ensinar a usá-los”. Finalmente, ele disseque o que “mudou foi a linguagem, a linguagem é binária, é a dos clicks, e entendendo os clicks podemos entender o que está passando”, e nesse ponto, reforçou que “os veículos de comunicação devem deixar de competir entre si”.

A coordenação do SET Nordeste está a cargo de Ronald de Almeida e Esdras Miranda, e tem patrocínio da Alliance, Canon, Convergint, Embratel, EutelsatGroup, SES, Sony, PinnacleGroup/Blackmagic, Youcast e Vivensis. E conta como apoio de 2Live, DeltaProVideo, Propaga, Prostream, SM Facilities, SpeedCast, Teletronix e Broadmedia. E ainda conta com apoio institucional da ASSERP, Sistema Correio e TV Cabo Branco.

Por Fernando Moura e Tito Liberato