
SET Centro-Oeste: keynote analisa a TV 3.0 e com ela o futuro da TV
Raymundo Barros, Conselheiro da SET e Diretor de Estratégia & Tecnologia da Globo, ministra em Brasília um keynote sobre TV 3.0 e afirma que a ideia é ter uma implementação compartilhada, com um core centralizado, escalável, com compartilhamento de torres e antenas gerando otimização e custos.
O Keynote começou “com esperança por sermos capazes de tornar a TV aberta relevante pelos próximos 20 ou 30 anos, em “uma indústria que tem passado por uma disrupção muito grande, por que somos uma plataforma resiliente. Hoje chegamos todos os dias há mais de 100 milhões de brasileiros assistindo à TV”. Barros reforçou que “a internet não vai substituir a TV. No Brasil, o recorde de uso por internet foi de 5 milhões, o que é a metade de telespectadores que a TV tem na TV”. Ele falou ainda dos recordes nos Estados Unidos, e disse que para “alcançar o recorde atingido este ano, que foi de 15 milhões, consumiu 1/3 da capacidade das CDNs” e que pegada de carbono é 10 vezes maior com a distribuição por internet do que por TV aberta, por isso, “precisamos pensar na sustentabilidade do planeta”.
Barros avançou e disse que no futuro teremos 100 milhões de aparelhos conectados no Brasil, seja por broadcast e broadband, gerado pelo “avanço das TVs conectadas que aceleram o modelo de penetração”. Assim, disse, que o televisor é o segundo dispositivo que consome mais dados em casa, o que significa que “a população está consumindo internet pela TV”. Reforçou ainda que o “destino das verbas publicitárias continua sendo nas TVs”, com aumento dos “gastos de publicidade com TV aberta e CTV” com um “aumento do conhecimento do consumidor”, por isso, explicou, “a TV aberta precisa modernizar o seu modelo de negócio”.
Segundo dados mostrados por Barros, a “TV aberta é a plataforma dominante no Brasil”, por isso temos de personalizar a TV e “aproveitar os crescentes investimentos em receita publicitária em TVs conectadas”, inserindo a TV aberta no digital embarcado “nesta nova jornada de transformação”, ou seja, “mudamos agora, ou talvez não tenhamos músculos para mudar mais para frente”.
Porque, segundo o keynote, “a TV3.0 irá inserir definitivamente a TV aberta na economia digital, integrando em um único ecossistema atributos desses dois mundos”,que são alcance, gratuidade, qualidade/excelência e acessibilidade, com a facilidade de interatividade experiência, consumo, personalização, e estar em um só lugar, inserindo a “TV aberta na economia da transação”. Isso levaráà ideia de Media Centric, que introduz novas experiências e novos modelos de negócios na TV aberta, e o Data Centric, que gerará novos negócios a partir do uso da infraestrutura de radiodifusão para transmissão de dados.
Ele ainda falou de DAI (inserção dinâmica de publicidade) que funcionará na TV conectada com sinal da transmissão terrestre. “Todas as emissoras terão acesso, sem compartilhamento de receita com fabricantes e em escala. A TV aberta passa a ter uma alternativa ‘Youtubelike’ para pequenos e médios anunciantes regionalizada”.
Ele disse ainda que “a experiência do consumidor será fundamental, porque a TV aberta volta a ter proeminência, e as emissoras se transformam em um aplicativo no qual a TV se transforma em um grande celular de 60 polegadas”.
Outro tema desenvolvido por Barros foi “a alerta de emergência”, e outras oportunidades que podem chegar, como, por exemplo, colocar o conteúdo da TV 3.0 em telas dos carros. Ainda falou do Direct To Mobile e com isso da ampliação do alcance, com maior acessibilidade para o telespectador.
Barros disse que foi realizada uma pesquisa com o consumidor com objetivo de capturar sua visão em relação às experiências da TV3.0 a partir da sua interação com um protótipo. “O resultado da pesquisa foi positivo. O consumidor entendeu rapidamente o conceito de TV 3.0, identificando-a como uma TV Interativa e enxergou valor nas experiências”.
Barros ainda disse que “os fabricantes esconderam a TV aberta”, “necessitamos garantir em lei a nossa proeminência, a população precisa ter um acesso fácil à TV, e a TV 3.0 se propõe isso”. Por exemplo, podemos fazer com que “os apps de TV aberta apareçam como recentes, tendo múltiplos canais de acesso à TV aberta. O controle remoto tem de ter um botão que permita ao espectador entrar nos Apps dos canais de TV aberta”.
Ele finalizou com a Defesa de Espectro. Temos três vezes mais canais digitais no plano básico e temos 30% menos de espectro”, por isso, “a nossa defesa da necessidade de espectro adicional durante a transição, e a busca de mecanismos para maximizar o compartilhamento da infraestrutura”
E enfatizou falando que “teremos um custo menor na migração do que aconteceu com a TV Digital. Queremos tornar a TV 3.0 uma implementação compartilhada, com um core centralizado, escalável, com compartilhamento de torres e antenas gerando otimização e custos. Hoje, falamos de uma rede de afiliadas dentro do core de rede 3.0 que baixe e reduza a quantidade e equipamentos necessários “para redesenhar o media service das empresas em um ambiente virtualizado que utilize os equipamentos apenas quando sejam necessários”.
Barros prometeu no fim que o Fórum SBTVD terá no SET EXPO uma demonstração fim a fim de TV 3.0, o que pode ser um dos grandes atrativos deste ano da maior feira e congresso da indústria audiovisual de América Latina.
As edições do SET Regionais levam informações e debates às principais cidades do País. Os eventos, com foco no setor de broadcast, mídia e entretenimento, serão grandes oportunidades para se destacar as questões e demandas locais nessas áreas.
O SET Centro-Oeste tem o patrocínio de Alliance, Canon, CIS Group, Convergint, SES, Sony, SpeedCast, Pinnacle/Blackmagic, Embratel e Youcast. Ainda conta com o apoio de Propaga Consultoria, Teletronix, Delta Provideo e SM Facilities
Por Fernando Moura e Tito Liberato