
SET Centro-Oeste debate o uso da IA na produção
O uso de Inteligência Artificial na produção do conteúdo foi debatido em Brasília na tarde desta quarta-feira.
O painel “O uso de Inteligência Artificial na produção do conteúdo”movimentou a tarde do SET Centro-Oeste que se realiza na Capital Federal. O debate foi moderado por Fabricio Ramos Soares, Supervisor Técnico da Record Brasília; e teve a participação de Felipe Rodrigues, Especialista pré-vendas, Sony Professional Brasil; Clecio Roberto Vieira da Silva, Especialista de Produto e Pré Vendas da Canon Brasil; Felipe Semprine, Engenheiro de Sistemas da Convergint; Bruno Pessoa, Regional Sales Manager da EVS; e Nuno Freitas, VP of Professional Services & Support da CIS Group.
Nascimento começou falando da Inteligência Artificial (IA) e sobre a chegada do Chat GPT. “Estamos na Era Pós Chat GPT”, com desenvolvimentos muito rápidos deste processo. O primeiro a falar foi Bruno Pessoa da EVS que avançou sobre os “usos de IA em produções para TV”. Ele disse que desde 1950“a IA evoluiu significativamente, com marcos como o desenvolvimento de sistemas especialistas, redes neurais artificiais, aprendizado de máquina e algoritmos de deep learning. A IA é agora amplamente utilizada em várias áreas, como reconhecimento de fala, carros autônomos, assistentes virtuais etc.”.
Na EVS, disse, trabalhamos em IA desde 2016 e, “em 2018, na NAB a EVS tinha um laboratório com 3 protótipos de soluções via IA . Todas usando seu próprio machine learning”, assim, explicou, hoje com a interpolação de Frames em uma imagem convertendo um vídeo de 50/60 frames por segundo para um vídeo de 150/180 frames por segundo “podemos com o Xtramotion, a ferramenta da EVS de criação de imagens por interpolação de frames, a partir de inteligência artificial”.
Outro exemplo trazido por Pessoa foi o efeito Cinema, “um recurso usado em produções High-End como câmeras de cinema, para criar o “cinematic effect”. “A ideia é dar destaque a um competidor, comemorando um gol, por exemplo. Para fazer isso, se usam lentes curtas e somente um ‘objeto’ é colocado em foco”. Finalmente, explicou a primeira aplicação de IA com o VAR que começou há 10 anos, já que a IA e algoritmo está treinado em redes neurais para reconhecimentos de campo e suas linhas, e assim “realizar detecção automática do campo e gerando agilidade para posicionamento da linha de impedimento”.
Mais tarde, Felipe Semprine da Convergint explicou como utilizar IA Generativa na produção audiovisual. Segundo ele, a IA generativa funciona melhor para tarefas técnicas bem definidas, mas tem dificuldade com tarefas criativas. “O investimento em produtos é voltado para tarefas de propósito mais geral, como roteiros e edição de vídeo, onde a necessidade é menos clara. Enquanto, na verdade, a maior parte da IA Gen está focada em tarefas bem definidas e altamente complexas”.
Assim, disse, a produção de vídeo é o principal caso de uso para mídia. “Hoje estamos avançando na curva de hype, com um gap de 75% mais falado que implementado”. Segundo Semprime, o MAM é um lugar de destaque neste momento, que pode ajudar a Tagear e enriquecer os metadados do vídeo, com diminuição na carga de trabalho da equipe, mas sem acabar com ela, já que a “equipe pode utilizar melhor seu tempo e talento de maneiras melhores e mais criativas”. Pensando em Workflow, a IA pode ajudar com uma “experiência de usuário aprimorada, aceleração na forma de produção e processamento do conteúdo, simplificação da operação e para minimizar os erros”.
Pela sua parte, Felipe Rodrigues da Sony Professional Brasil avançou para soluções de segurança, como, por exemplo, se a imagem é real ou fake. “A câmera define e sabe que layers foram usados para validação de fotos. Hoje estamos só com fotos, mas no futuro teremos o upgrade para vídeo”. Ele falou de IA para ajuda de autofoco, com sensores que detectam o corpo humano, a face e fazer o autofoco mantendo-o sensível. “Esta ferramenta não substitui o cinegrafista, mas o auxilia”. Ele ainda falou de trackeamento de vídeo para trabalhar com auto framing para diferentes tipos de câmeras, com “um protocolo que roda dentro do sensor de imagem”.
Nuno Freitas, da CIS Group, disse que “tecnologia é o entendimento da necessidade do usuário”, o que vamos ter e “aplicações melhores para os produtos”, e disse que hoje há três tipos de IA úteis, a “Co-Pilot, a IA Generativa e a geração de conhecimento”.
Para Freitas,a maior questão no uso do IA passa “pela segurança da informação porque há uma necessidade do mercado que garanta a autenticidade do conteúdo”, para isso, explicou, vamos ter credenciais de autenticidade que apóiam o usuário na produção de conteúdos. Ele ainda mostrou alguns exemplos, “entendendo a IA como uma ferramenta que ajude ao artista”. O executivo falou, ainda, de indexação e ferramentas de IA que podem ajudar nesse ponto. Finalmente demonstrou ferramentas de IA Generativa do Adobe Premiere, que se denomina Adobe Firefly.
Finalmente, Clecio Roberto Vieira da Silva da Canon falou de “tecnologia das câmeras Canon aplicada à produção de conteúdo para o mercado audiovisual, entendendo as vantagens do uso do sistema de focagem automática inteligente das mais recentes câmaras Mirrorless EOS R System da Canon”.
Silva disse que a Canon criou um novo modelo de criptografia, denominado paralaxe, e assim traz informações da luz que vem de dois locais diferentes (forma duas imagens de paralaxe ligeiramente diferentes). “O sistema AF usa essas informações de paralaxe para fazer cálculos e ajustar os elementos de foco da lente para obter foco”, incorporando “o machine learning nos equipamentos”.
Ele falou de outras ferramentas como o reconhecimento de íris, face, cabeça, corpo. “A detecção de rosto funciona sem a necessidade de contato visual e cinegrafista pode alternar facilmente entre diferentes rostos no enquadramento”, e “autotracking para câmeras PTZ”. E, segundo ele, o que chega mais perto do IA, “o EOS iTR AF X que pode identificar diversos objetos mantendo o foco”.
As edições do SET Regionais levam informações e debates às principais cidades do País. Os eventos, com foco no setor de broadcast, mídia e entretenimento, serão grandes oportunidades para se destacar as questões e demandas locais nessas áreas.
O SET Centro-Oeste tem o patrocínio de Alliance, Canon, CIS Group, Convergint, SES, Sony, SpeedCast, Pinnacle/Blackmagic, Embratel e Youcast. Ainda conta com o apoio de Propaga Consultoria, Teletronix, Delta Provideo e SM Facilities
Por Fernando Moura e Tito Liberato