
Como manter os serviços OTT e a TV Aberta relevantes ao consumidor
Na quarta-feira, 9 de dezembro, aconteceu o Nextv Series Brasil 2020. O evento, completamente online devido a pandemia, é voltado para o mercado mundial de televisão, mídia, OTT e telecomunicações.
O painel de abertura contou com a moderação do presidente da SET, Carlos Fini, e abordou temas como Broadcasters de TV aberta como integradores OTT.
Fini abriu as atividades reforçando a ideia de que vivemos um momento de agregação. “Eu sou defensor do modelo do ‘e’ e não do modelo do ‘ou’. Teremos um momento em que conviveremos com as OTT’s simultaneamente com os serviços de TV Aberta, tenho certeza disso. Ambos com sucesso.”
Na sequência, Alessandro Malerba, diretor de OTT da RecordTV, falou sobre o Play Plus, o serviço de streaming da emissora.
“O Play Plus nasceu há dois anos e foi o primeiro marketplace no modelo de agregador, ou seja, trazer outras empresas para dentro do mesmo produto. Temos conteúdo de licenciamento, conteúdos lineares, produções originais, rádio, então o Play Plus tem uma característica específica de marketplace, pois nosso objetivo é atender ao maior número de pessoas”, afirmou Malerba.
André Nava, digital product senior manager do Grupo Globo, destaca a ambição da empresa em transformar o Globoplay no serviço de OTT número um do Brasil.
“Ao longo de 2020 lançamos vários originais, fizemos a live com o Caetano e em setembro lançamos os canais da Globosat, dando mais opções de conteúdo ao usuário e melhorando o pacote do Globoplay. Foram 12 meses muito animadores do ponto de vista dos pacotes e produtos gerados por causa do nosso conteúdo. O Globoplay está relevante para o público e nossa ambição é ser o primeiro no mercado de OTT no Brasil nessa década”, ressalta Nava.
O general manager da Vibra Digital (empresa vinculada ao Grupo Bandeirantes), André Costa, falou sobre o desenvolvimento do Band Play, que deve ser lançado na segunda-feira, 14 de dezembro.
“O desenvolvimento do Band Play seguiu duas linhas principais. A primeira é conhecer a fundo o consumidor do Grupo Bandeirantes, pois o consumidor tem vínculo com os nossos produtos e, por isso, estamos trazendo esses produtos para dentro do Band Play. A segunda linha é construir um ecossistema tecnológico. O Band Play é um pilar desta estratégia”, afirmou Costa.
Tadeu Coelho, sales director Latam Bitmovin, encerra a primeira rodada do debate falando sobre o que ele considera sucesso em relação aos serviços OTT.
“Para mim, a palavra sucesso está atrelada ao que chamamos de monetização. O modelo comercial inventando pelo broadcasters, baseado em intervalos comerciais, passa por uma transição difícil para sair desse modelo de comerciais linear e aprender a vender esses comerciais de forma dirigida, personalizada, individualizada no OTT”, disse Coelho.
Audiência
Fini deu prosseguimento ao painel levantando uma questão para Costa, Malerba e Nava: qual a principal motivação que a audiência tem para assinar um produto OTT?
“Com o advento da publicidade digital, temos inúmeras fatores que estimulam a audiências e todos são relevantes. Por exemplo, podemos trabalhar a segmentação de forma a adquirir novos assinantes, quanto para engajamento e manutenção da base existente. Então, fazemos campanhas específicas diretamente para targets de acordo com a oferta”, disse o executivo do Grupo Globo, André Nava.
Para André Costa, “o que permeia o interesse de todos os consumidores é a relevância e a comodidade. Nesse sentido, o vínculo que o consumidor tem com os conteúdos das emissoras vai determinar como ele consome. E esse vínculo só é construído com relevância”.
Segundo Alessandro Malerba, o que motiva uma pessoa a assinar um produto OTT é o conteúdo. “O conteúdo é o ponto inicial para uma pessoa consumir um aplicativo. Tendo como ponto de vista o conteúdo, eu enxergo que o sucesso é a forma como você gera essa relevância do conteúdo para a plataforma específica”, concluiu.