Como construímos isso: a nova instalação da CBC em Montreal

Conteúdo IBC 365

A tecnologia IP tem sido um dos principais temas em toda a indústria de transmissão este ano, com a pandemia Covid-19 forçando as emissoras a reconsiderar como podem ser mais flexíveis em todos os fluxos de trabalho.

A CBC/Radio-Canada está dando os toques finais em seu novo centro de produção baseado em IP em Montreal. Durante o projeto e a implantação inicial dessa instalação principal, percebeu-se a necessidade de automatizar e gerenciar a preparação e a configuração de milhares de dispositivos de mídia de maneira semelhante a um data center de TI.

Falando durante uma sessão do SMPTE2020, o diretor de arquitetura de transporte de mídia da CBC/Radio Canada, Felix Poulin, explicou que a instalação se tornará a sede de sua rede de língua francesa em Montreal.

Junto com seu colega, líder do projeto – sistemas centrais – Alexandre Dugas, Poulin disse que o novo espaço, de aproximadamente 4500 metros quadrados, opera 10 andares de estúdio e quatro salas de controle automatizadas. Existem também dois estúdios de TV e dois estúdios multifuncionais, com duas salas de controle.

A nova sede será o lar de um canal de notícias contínuo, 13 rádios e 60 unidades de pós-produção. Todos os braços de língua francesa da CBC estarão baseados lá, com 20 canais de TV e 80 canais de rádio operando fora do centro, tanto na transmissão tradicional quanto no IP.

Para facilitar isso, o CBC se envolveu em uma atualização completa de TI em todo o Canadá. Isso inclui seu primeiro grande projeto baseado em tecnologia de ponta baseada em IP.

A arquitetura é baseada em JT-NM TR-1001-1 e usa SMPTE ST 2110 (-20, -30 e -40) para transporte e uma rede COTS de folha dupla com redundância SMPTE ST 2022-7, segundo Poulin.

O protocolo de tempo de precisão IEEE 1588 operando com o perfil SMPTE ST 2059 mantém o tempo preciso enquanto a emissora canadense também está usando AMWA NMOS, Ember + e protocolos de API proprietários para controle, disse ele.

“Com essa quantidade de projetos a entregar nos próximos anos, acreditamos que investir na automação da implantação é a única forma de concretizar essa imensa tarefa”, afirmou.

Essa configuração permite que o CBC conecte milhares de dispositivos e supere desafios significativos, como a necessidade de atualizações regulares e configuração de mais parâmetros por dispositivo.

“Não é sustentável manter uma instalação manual tão grande quanto esta”, explicou ele.

Olhando para a TI

Para enfrentar os desafios, o CBC analisou as indústrias de TI e como elas implementaram tecnologia e automação, focando principalmente em data centers. Eles aplicaram conceitos de integração e implantação contínuas, como configurações com script, verificações de integridade e monitoramento.

“Esta é uma mudança importante para uma operação de transmissão”, afirmou.

A chave para os planos delineados por Poulin é a implantação automática. Em primeiro lugar, a implantação da rede é vital, explicou ele, pois elimina a necessidade de estações de teste separadas e o risco de erros de manipulação humana. Isso significa configurar switches de rede e portas que permitem a instalação no local em que foram usados, eliminando as estações de teste que precisam de interação humana.

O segundo estágio centra-se na programação do conjunto mínimo de parâmetros de dispositivo de ponto final para tornar possível alcançar a interface de gerenciamento dos dispositivos. Podem ser endereços multicast de fluxos de áudio, vídeo e dados; habilitação de sincronização de quadros, alinhamentos de tempo de saída ou mapeamento de áudio. Estes estão “frequentemente sujeitos a alterações para diferentes necessidades de produção”, acrescentou.

Finalmente, a configuração do dispositivo, que envolve “a programação de software de todos os parâmetros específicos da mídia para tornar o endpoint utilizável e pronto para ser provisionado na sala de controle da transmissão”, disse o executivo.

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