Radio Digital – Tecnologias de transmissão
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*Ronald Siqueira Barbosa | |
O atual chamamento público estabelece alguns parâmetros para avaliação do desempenho de um padrão de rádio digital a ser adotado no Brasil. Permitir o simulcasting, com boa qualidade de áudio e com mínimas interferências em outras estações é o primeiro item do chamamento público.
A vantagem de se ter canais analógicos e digitais adjacentes é a não necessidade de planejamentos adicionais para operação do sistema. Enquanto canais não adjacentes requerem um planejamento rígido para operação, outros fatores prejudicam o uso de canais não adjacentes, como por exemplo, instalações totalmente independentes em termos de infraestrutura. Emissoras que não terão como utilizar a mesma infraestrutura de instalação sofrerão com despesas extras. Outro ponto importante diz respeito à ocupação espectral existente nos grandes centros. Muitas emissoras mal conseguem ter a sua máscara de transmissão sem invasão de sinal proveniente de canal adjacente, sendo então fácil imaginar quão difícil seria procurar um canal vago e limpo distante da transmissão original. A transmissão adjacente traz também uma inconveniência com relação à proteção das transmissões analógicas e digitais. Pensando nessa situação o sistema HD Radio produziu sinais analógicos e digitais que convivem de tal forma a não haver necessidade de planejamento. Eles não se interferem mutuamente. O sistema DRM apesar de ter também essa preocupação em não permitir a interferência entre os sinais analógico e o digital oferece a flexibilidade para o canal de transmissão digital estar de um lado ou de outro do canal analógico. Isso é traduzido na figura 1: O DRM permite o uso de variações do sistema de compressão de áudio MPEG-4 e para o AM utiliza: Desenvolvido pela Sony, pode utilizar o SBR (Spectral Band Replication) para aumentar a largura de faixa de 4 a 8 kHz. Na verdade é uma taxa muito baixa permitindo apenas a transmissão de voz. 2) O MPEG-4 versão CELP (Coded Excited Linear Prediction) opera numa taxa de: 3.840 a 14.000 bits/seg. Desenvolvido pela NEC, pode utilizar também o SBR para aumentar a largura de faixa de áudio para até 14 kHz. Na verdade, é uma taxa média para voz e áudio. 3) O MPEG-4 versão AAC (Advanced Audio Coded) que opera numa taxa de: 8.000 a 20.000 bits/seg. Pode aumentar a largura de faixa de áudio em passos de 4 a 6 kHz. 4) No AAC + SBR uma licença é requerida para utilizar essa configuração que opera numa taxa de: 22.480 a 28.460 bits/seg. 5) Parametric stereo opera numa taxa em torno dos 16.480 bits/seg.
O HD Radio apresenta as seguintes características para o AM: No caso do FM, a característica de canal principal altera para 96 kbps, mas não é o escopo do texto, apenas para ilustrar. Ainda para ilustrar no caso do FM, para um link estúdio transmissor, o stream de dados é caracterizado por modos de serviços estando relacionados em grupos ou pacotes que indicam a configuração a ser utilizada. Por exemplo: a largura de faixa necessária para as transmissões utilizando protocolo IP seria em média calculada a partir dos dados abaixo: MP1 I2E SPS TCP 12 kb = 16,3 kb/s Onde: Essa informação nos dá condições de dimensionar as necessidades de largura de faixa para uso em links, exigidas nos diferentes transportes de dados. |
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*Ronald é diretor de rádio da SET e assessor técnico da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) (ronald@set.com.br)
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Revista da SET | |
ANO XXI – N.112 – JAN/FEV 2010 |