TV 3.0: comunicação direta entre órgãos públicos e a população

Fruto de uma parceria entre a Revista da SET e a UNESP, o painel “TV 3.0 e o Espaço Público da Comunicação” fechou a programação da Sala 3 no SET Expo 2024 discutindo as vantagens da TV 3.0 e suas consequências para o espaço público da comunicação. Com os avanços tecnológicos e a digitalização dos meios de comunicação, a TV 3.0 promete transformar radicalmente a forma como o conteúdo é transmitido e consumido, oferecendo mais interatividade, personalização, qualidade de imagem e som superiores. Afinal, será a primeira grande revolução na maneira como assistimos televisão em quase 100 anos dessa mídia.

Tal cenário foi o mote para a discussão, com mediação de Fernando Moura, editor-chefe da revista SET, sobre o papel das políticas públicas na regulamentação e na promoção da TV 3.0, assim como para a avaliação das inovações tecnológicas mediante os interesses do público de modo a contribuir para a democratização do acesso à informação.  “A gente precisa demonstrar em que ponto estamos, em que ponto queremos chegar e onde a gente vai chegar”, ponderou Luciana Rivelli, diretora administrativa da câmara municipal de Jundiaí.  “Além do que estará na tela, o usuário vai ter a possibilidade de acessar inúmeros conteúdos relacionados à programação”, apontou André Barbosa, CEO da Le Bar Comunicação Digital. 

Doutor em meios e processos audiovisuais pela ECA-USP, com mais de 20 anos de atuação como executivo de televisão, Adriano Adoryan é gerente de soluções na RNP e responsável pela fase 3 da TV 3.0. Ele abriu sua fala ressaltando como o Brasil é líder mundial em serviços digitais, o que será um aparato e tanto para a revolução que está por vir. Ele ainda ressaltou como, a partir da padronização da qualidade dos serviços que estão por vir, a TV pública, pela primeira vez, vai largar em pé de igualdade. E ainda que a audiência não seja equiparável, o importante é que poderão ser veiculadas políticas públicas direcionadas a diferentes faixas demográficas, resultando em uma comunicação mais eficiente por conta dos órgãos governamentais.

Adriano Adoryan ainda levantou questionamentos sobre a acessibilidade da TV 3.0, e destacou vantagens como o hibridismo entre sinal digital e pelo ar, diversos filtros, como de classificação etária, que poderão ser aplicados em qualquer horário do dia, além da integração com o celular. Ainda participaram do painel Bráulio Ribeiro, diretor de operações, engenharia e tecnologia da EBC, e o Prof. Dr. Francisco Machado Filho, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.