
Novas tecnologias trazem soluções importantes para a implantação da TV 3.0
A TV 3.0 reúne o que há de melhor em tecnologia para TV Digital no mundo, com muitas inovações brasileiras. A tecnologia está em fase final de especificação pelo Fórum SBTVD. Entre as características dessa nova forma de consumir conteúdo na TV aberta está a transmissão MIMO, planejada para recepção com antena interna, baseada em IP, integração completa e transparente entre radiodifusão e internet, interface de usuário baseada em aplicativos, vídeo UHD HDR, áudio imersivo e personalizável, recursos avançados de acessibilidade e alertas de emergência, conteúdo personalizado e segmentado geograficamente.
No painel “TV 3.0: Visão geral da Tecnologia”, profissionais do setor responsáveis por coordenar a elaboração dessas especificações falaram sobre a tecnologia da TV do futuro.
Com moderação de Luiz Fausto de Souza Brito, coordenador do Módulo Técnico do Fórum SBTVD, a palestra contou com a participação de Marcelo F. Moreno, professor associado da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), membro do Módulo Técnico do Fórum SBTVD, Carlos Cosme, especialista em inovação no grupo de Telecom do Hub de Infraestrutura e Segurança da Globo, Cristiano Akamine, professor e pesquisador do Laboratório de TV digital da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie e membro do Módulo Técnico do Fórum SBTVD, e Guido Lemos, professor titular no Centro de Informática da UFPB (Universidade Federal da Paraíba) e secretário de Ciência e Tecnologia de João Pessoa (PB).
O professor associado da UFJF deu início ao painel apresentando os protótipos para a implementação da TV 3.0. Marcelo F. Moreno, destacou os recursos disponíveis, todos pautados sobre aplicativos. “A proposta é que a experiência seja toda orientada por aplicativos de cada serviço de radiodifusão, com um aplicativo inicial separado em catálogo dedicado só à radiodifusão terrestre. Isso traz um potencial de, desde o início da jornada, o telespectador ser identificado, ter um perfil o consumo traçado, sempre respeitando a privacidade”, afirmou Moreno.
Carlos Cosme, especialista em inovação no grupo de Telecom do Hub de Infraestrutura e Segurança da Globo, abordou as ações nos grupos de trabalhos de legendas, codificação de áudio e codificação de vídeo no Fórum SBTVD. Cosme apresentou a maturidade do ecossistema tecnológico com o exemplo das demonstrações realizadas durante as Olimpíadas 2024. “Juntos, dentro do fórum, estamos construindo o futuro da TV”, disse.
Na sequência, o professor titular no Centro de Informática da UFPB e secretário de Ciência e Tecnologia de João Pessoa, Guido Lemos, destacou as questões de avanços e propostas para acessibilidade e alarmes de emergência na TV 3.0. “Como exemplo, cito o que aconteceu após as enchentes do Rio Grande do Sul – casos de leptospirose. Com a tecnologia, podemos enviar um alerta de saúde pública, falando dos sintomas de forma acessível e, se o usuário identificar que tem tais sintomas, pode disparar o acesso ao Meu SUS digital. O pessoal do Data SUS está trabalhando em parceria conosco e estamos desenvolvendo uma versão para televisão do meu SUS digital”, contou Lemos.
Cristiano Akamine, professor e pesquisador e do Laboratório de TV digital da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, finalizou o painel explicando como a camada de transporte e física da TV 3.0 utiliza o protocolo de Internet DASH em conjunto com o ROUTE para permitir que o conteúdo seja recebido pelo ar e pela internet.