
Hiperconectividade e produção anywhere: especialistas avaliam as novas fronteiras
Novos recursos para dinamizar a produção e pós-produção, aliados a avanços nas redes móveis, têm provocado profundas transformações no mercado de conteúdo e entretenimento. No painel intitulado “Futurecom: a (R)evolução do Entretenimento, o 5G e a Inteligência Artificial”, especialistas abordaram como a adoção do 5G e o avanço da Inteligência Artificial (IA), combinados às promessas do 6G, estão remodelando o consumo de energia e a demanda por conectividade e processamento de dados. Questões como essas serão discutidas também na Futurecom, evento de conectividade a ser realizado em São Paulo em outubro próximo.
O debate foi moderado por Hermano Pinto, diretor da Informa Markets, e contou com a participação de Guilherme Saraiva, diretor comercial da Embratel; Danillo Garcia, VP M&E LATAM da Convergint; Alexandre Salomão, Country Manager da Infinera no Brasil; e Bruno Martins Costa, Product Owner de Produtos 5G do Grupo Globo.
Salomão destacou os desafios associados ao aumento do tráfego de dados e à eficiência energética. “Os equipamentos dos data centers evoluem e demandam cada vez mais energia, criando um gargalo infraestrutural. A redução do consumo energético e a miniaturização do hardware são as chaves para ampliar a hiperconectividade. Com isso, poderemos cada vez mais capilarizar os data centers, levando-os mais próximos aos produtores e transmissores de conteúdo e elevando a qualidade das transmissões”, comentou o executivo da Infinera.
Hermano Pinto lembrou o recente anúncio do investimento de US$ 1 bilhão por Bill Gates, fundador da Microsoft, no desenvolvimento de mini-reatores nucleares para aplicação em data centers.
Os participantes exploraram como o 5G está impulsionando novas formas de entretenimento, desde streaming de alta qualidade até experiências imersivas em realidade virtual e jogos na nuvem. Também foi abordado o papel da IA na personalização e criação de conteúdo.
Bruno Costa, da Globo, falou das diferenças nos modelos de workflow das transmissões tradicionais e da nova geração. “O 5G fixo privado e o 5G móvel privado permitirá a substituição de uma série de câmeras hoje cabeadas, trazendo muita flexibilidade. Também estamos atentos ao 5G Slicing, das operadoras móveis, e o 5G Broadcasting, para a cobertura de eventos. Tudo converge para a captação anywhere com mais agilidade e qualidade, seja para jornalismo, esportes ou eventos musicais”.
“Em 5G, atravessamos pelo momento 1, de uma rede melhor, e já estamos no momento 2, que abre novas tecnologias e processos como Network Slicing e Edge Computing”, comentou Guilherme Saraiva, da Embratel. O executivo abordou alguns cases recentes de transmissão com 5G, como o Carnaval 2023 em São Paulo, o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 e o Big Brother Brasil, com um Edge indoor. “Observamos um delay de apenas 16 milissegundos entre o local de captação e os estúdios da Globo”.
Saraiva falou ainda de aplicações assistidas por IA generativa, com conversão de voz para texto e legendagem de transmissões com milissegundos de latência. “Uma emissora pode distribuir matérias em tempo real para outros países, com legendagem para outros idiomas”, exemplificou. “A IA generativa pode também produzir captações super slow através de câmeras tradicionais, sem os custos das câmeras especiais”.