Era Fast: audiência deixa de ser desafio e adaptações no conteúdo ganham destaque

A recente aceleração do número de canais FAST (Free Ad-supported Streaming TV) no Brasil destaca o aumento significativo de audiência e os desafios associados à monetização. Esse foi o tema abordado durante a palestra “Navegando na Era FAST: Estratégias para uma Audiência em Constante Movimento”.

O painel teve a mediação de Daniela Souza, Conselheira da SET e CGO da AD Digital, e participação de Aline Jabbour, diretora de parcerias da Samsung TV Plus, Luis Camargo, Media & Entertainment Partnerships do Google Play/Google TV, Álvaro Paes de Barros, sócio da OffGrid, e Rafa Dias, CEO da Dia Estúdio.

Para a diretora de parcerias da Samsung TV Plus, Aline Jabbour, não existe um desafio de audiência nos canais FAST. “Eu gosto sempre de usar exemplos mais bombásticos, que são os que furam a bolha, como é o caso do Cazé nas Olimpíadas. Praticamente, 50% dos jovens adultos no Brasil assistiram às Olimpíadas através da CazéTV. Isso é o que nunca imaginamos que estaríamos falando há três anos, quando falamos de FAST. Mas o consumidor está exigindo mudanças e está cada vez mais exigente. Porém, FAST é para indústria, para o consumidor é assistir TV”, disse  Jabbour.

Luis Camargo, Media & Entertainment Partnerships do Google Play/Google TV faz coro ao ponto  de que o desafio não é a audiência e sim como atendê-la da melhor maneira no modelo FAST. “Do ponto de vista de audiência, a gente precisa educar:  encontrar o que ela quer, no lugar que ela quer e no momento que ela quer. E eu acho que essa é uma das nossas missões, inclusive como YouTube e como o Google TV – facilitar esse processo de descobrimento. Ainda que a gente não tenha uma grade linear, buscar qualquer coisa dentro de uma televisão é um processo”, explicou Camargo.

Rafa Dias, CEO da Dia Estúdio, destacou uma necessidade do consumidor de FAST que se assemelha ao consumo de conteúdo na TV aberta, que é o ao vivo, e como esse tem sido um ponto de atenção do negócio. “Quando começamos a Dia TV, era tudo muito novo e feito por uma galera que nunca fez televisão, mas fez internet. Passamos o ano fazendo e aprendendo muito sobre nossa audiência.  Agora estamos discutindo sobre novos eventos, pois temos visto uma demanda grande de audiência pelo ao vivo”, explica Dias.

Mesmo diante de todas essas discussões pontuais, essa indústria ainda vai mudar muito, segundo Álvaro Paes de Barros, sócio da OffGrid. “Mas na OffGrid pensamos também no que não vai mudar. Gostamos de uma boa história e isso vai continuar. As pessoas preferem não pagar por essas boas histórias e gostam de uma boa user experience. Ou seja, preferimos devices fáceis de usar, nos quais a gente consiga encontrar aquilo que estamos buscando”, finaliza Barros.