Encontro aborda a aproximação entre a produção audiovisual e os games

Produção virtual, migração para a nuvem, mudança de SDI para IP. Transformações como essas, em voga na indústria de mídia, estiveram no centro dos debates do painel “Tecnologia em Ação no Horizonte da Produção”. A sessão foi moderada por Fernando Bittencourt, ex-presidente da SET, com contribuições de Renard Jenkins, presidente da SMPTE (Sociedade dos Engenheiros de Cinema e Televisão dos Estados Unidos); Paulo Rabello, diretor do Hub Operações e Distribuição de Conteúdo do Grupo Globo; e Steve Reynolds, presidente da Imagine Communications.

Os convidados destacaram como o HDR, o 8K (e o 16K), a WCG (gama de cores ampliada), a IA generativa e a IA preditiva são elementos-chave para o futuro da produção. A inteligência artificial, aprendizado de máquina (machine learning), automação, metadados, autenticação de conteúdo e as inovações em áudio de próxima geração também foram esmiuçados na sessão. 

“Embora ainda sigamos há décadas basicamente um mesmo fluxo de trabalho, que vai da ideação e produção até a distribuição, a produção virtual traz um grande benefício: a eliminação dos desperdícios – seja de recursos ou de tempo”, pontuou Jenkins, cuja carreira tem passagens por estúdios como a Warner. “Seremos cada vez mais impactados por conceitos como PreVis, PitchVis, TechVis, Stunt Design, Live Compositing, In Camera VFX e VR Location Scouting. A nossa atividade também é cada vez mais impactada pela difusão dos gaming engines (motores de jogos)”, comentou o presidente da SMPTE.

Segundo Jenkins, o novo cenário abre espaço para novas oportunidades profissionais na indústria, a exemplo de designers de sistemas de IA, assistentes de IA preditiva e engenheiros de prompts de códigos. O executivo ressaltou ainda o grande interesse das big techs nas novas tecnologias para produção virtual, o que deve movimentar ainda mais o cenário daqui em diante.

Reynolds focou sua apresentação na transição para a tecnologia IP. “Ela torna a infraestrutura de produção e transmissão mais flexível e adaptativa; escalável; e interoperável entre diversos vendors e standards. Os benefícios são significativos”, comentou o executivo. Os padrões definidos pela SMTPE para possibilitar a interoperabilidade e orientar a indústria também foram abordados pelo especialista, assim como as maneiras de implantar um projeto IP-Based, com destaque para o modelo híbrido de workflow. Neste caso, uma pesquisa realizada nos Estados Unidos pela Imagine Communications identificou que 74% dos broadcasters ainda preferem um playout “on premise” do que as soluções de playout na nuvem.

“É incrível como todas as novas tecnologias, por vezes com designações intimidadoras, vêm para facilitar o dia a dia da transmissão de conteúdo e permitir uma redução substancial da parafernália dos estúdios e centrais”, comentou Reynolds.