
“Brasil não possui políticas de infraestrutura crítica em radiodifusão”, afirma palestrante
Grupo Técnico de radiodifusão, vinculado à Presidência da República, iniciará levantamento em 2017
Daiena Santos, coordenadora do Grupo Técnico de Segurança de Infraestruturas Críticas de Radiodifusão, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, apresentou a palestra “Levantamento de infraestruturas críticas de radiodifusão” na tarde desta quarta-feira (23), no SET Centro-Oeste 2016.
“Quando a gente fala em infraestrutura crítica (IEC), pensamos em instalações, serviços, bens e sistemas cuja interrupção ou destruição pode causar impacto social, econômico, ambiental, político, internacional ou à segurança do Estado e da sociedade”, explicou.
Desde 2006, motivada pelos ataques do PCC em São Paulo, a Presidência da República iniciou trabalhos para identificar e monitorar as cinco áreas consideradas de infraestrutura crítica no país: energia, transporte, água, finanças e comunicações.
São mais de 100 órgãos do governo, integrando 12 grupos de trabalho, responsáveis pela elaboração de estudos e políticas de prevenção e ação em áreas de infraestrutura crítica. “Esses grupos devem pesquisar e propor um método de identificação de IEC; identificar interdependências entre os grupos, ou seja, se acaba a energia, devemos prever como isso afeta a área de comunicação”, explicou Daiena.
O grupo de radiodifusão ainda não possui a sua lista de infraestrutura crítica, mas, a partir de 2017, segundo a palestrante, pretende elencar e construir uma matriz de impactos, considerando os aspectos social, político, ambiental e econômico.
“Os ataques às infraestruturas críticas estão acontecendo e a tendência é que aumentem, com a globalização e a digitalização. A troca de informações precisa ser constante. Quando fui convidada para fazer essa palestra aqui na SET, foi uma grande felicidade, porque a radiodifusão é uma área que ainda precisa se desenvolver na identificação de áreas de infraestrutura crítica. A nossa prioridade é descobrir o que é crítico ao setor, para depois trocar informações com os outros setores e propor políticas e ações efetivas”, concluiu.
Chip de FM nos celulares
Em sua palestra, Eduardo Cappia (SET/EMC) lembrou que, no dia 16 de novembro de 2016, foi realizado um apelo definitivo para a habilitação do FM nos celulares, pelo Centro Nacional de Monitoramento de Alertas, com a publicação da portaria 5.141/2015 no Diário Oficial da União.
“Nos Estados Unidos, campanhas para que se adquira celulares com o chip de rádio ativado, por motivos de segurança, também têm sido feitas. Só a migração consegue colocar o rádio nos celulares. Essa também é uma vantagem do processo. Estamos trabalhando com um conceito de evolução! Os nossos ouvintes, agora, estão no carro e no celular. Os empresários devem estar atentos a isso. Hoje, 74% dos emissores ligam o rádio no carro”, disse.
O palestrante lembrou, ainda, que 25% das novas emissoras de FM tendem a migrar para a faixa de 76 MHz a 88 MHz e voltou a enfatizar a importância de os radiodifusores trabalharem com o conceito de cobertura e abandonarem o conceito de potência a partir da digitalização. “Eu venho insistindo nisso nos nossos eventos e nas palestras que temos feito neste ano. É um novo conceito, um novo produto. É pensar em classe, não mais em potência.”
SET Centro-Oeste 2016
O encontro se realizou nos dias 22 e 23 de novembro de 2016, das 9h às 18h, no Hotel Brasília Imperial (SHS Quadra 3, Bloco H, Brasília-DF).