Pesquisas selecionadas para a revista acadêmica da SET apresentam tecnologias de última geração

A programação do congresso do SET Expo 2024 se encerrou na tarde desta quinta-feira (22) com três painéis concomitantes. Em um deles, “Call for papers 2”, mediado pelo professor da UNICAMP, Rangel Arthur, houve a exposição de mais uma rodada de trabalhos acadêmicos selecionados para a revista SET IBJE. Marcelo Moreno, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, que também apresentou um outro trabalho no painel anterior, palestrou sobre a coleta de dados de medição de audiência para a plataforma TV 3.0.

Li-Chang Shuen Sousa, professora da Universidade Federal do Maranhão, compartilhou os resultados da sua pesquisa, que avaliou a opinião pública sobre o paradigma da TV 3.0. Para este trabalho, realizou grupos focais, nos quais as pessoas comentaram sobre a mudança dos canais para aplicativos, transformação prevista nesta nova configuração da TV. E uma das conclusões foi que um design centrado nas preferências do espectador é crucial para o sucesso desse desenvolvimento tecnológico.

Ricardo Rabaça continuou no assunto da TV 3.0, mas a partir de um entendimento mais técnico sobre modulações e codificações (MODCODs) do ISDB-T Avançado. O Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T) decidiu que seria necessária uma taxa de bits de pelo menos 7,5 Mbps para transmitir conteúdo em uma resolução que superasse a qualidade de imagem usada na TV 2.0/2.5. Rabaça, engenheiro no Laboratório de Pesquisa em TV Digital da Universidade Presbiteriana Mackenzie, explicou que tais alterações no sistema permitem atingir as taxas de bits mencionadas acima e a transmissão de um conteúdo em 8K.

Leonardo Henrique Gonsioroski e Jorge Maranhão também trouxeram apontamentos sobre o ISDB-T Avançado. O primeiro deles, pesquisador na Universidade Estadual do Maranhão, explicou como reutilizar testes de campo com esse sistema. O seu experimento aponta, no entanto, que essa técnica não é possível de ser realizada nas condições da TV 3.0. Maranhão, também engenheiro no Laboratório de Pesquisa em TV Digital da Universidade Presbiteriana Mackenzie, apresentou a aplicação de um teste prático utilizando o método de transporte ROUTE/DASH no sistema ISDB-T. 

Finalmente, Edmundo Hoyle, especialista em Tecnologia & Inovação na Globo, apresentou o inovador sistema de nuvem da empresa. Pensado num contexto que a emissora tem conteúdo analógicos armazenados desde a década de 1960 e a demanda crescente de converter esse material em Full HD ou 4K, a nuvem foi constituída a partir de ferramentas de código aberto e um modelo de inteligência artificial. Ele explica que o baixo custo de processamento e a facilidade de escalabilidade demonstram que o sistema é uma solução viável para processos de upscaling – processo de converter vídeo de uma resolução menor para outra maior – de larga escala.