
SET participa do NexTV Series Brasil

Convidados na sala virtual. Carlos Fini (SET) participou do painel sem vídeo/ Foto: Reprodução
Carlos Fini, presidente da SET, moderou o painel “A era da multiplataforma para notícias da TV”. A nova edição do NexTV Series Brasil reuniu importantes players e executivos da indústria audiovisual brasileira e mundial
O painel realizado na última quinta-feira, (2/12) teve como convidados a Virgilio Abranches, Vice Presidente de Multiplataforma da CNN Brasil; Leonardo Leitão, Solutions Architect – Latin America da Ross Video; Allen Chahad, Head de Produto da Vibra (Band); e Marcia Menezes, Head Digital News da Globo.
Fini agradeceu pela participação e disse que “o futuro de qualquer empresa de mídia, não importa a forma de distribuição, passa pelo jornalismo, passa pelas notícias. Somos de um tempo onde havia restrições para espalhar as informações, mas agora caminhamos para um ambiente des-intermediado. Qualquer um pode distribuir notícia e informação. A SET acompanhou esse mundo completamente modificado. Cada dia nos surpreendemos com as mudanças tecnológicas”.
Marcia Menezes, Head Digital News da Globo, disse no encontro que a pandemia mudou as rotinas de produção e que a parte digital evoluiu muito em termos tecnológicos e se automatizou, o que melhorou a produção, mas “na publicação de matérias ainda precisamos especialização, precisamos separar os meios. O tipo de linguagem e comunicação é diferente, a própria embalagem é diferente. Evoluímos na produção inicial, na integração, mas ainda cabe a especialização na distribuição”.
Allen Chahad, Head de Produto da Vibra (Band) coincidiu e afirmou que a pandemia mudou e acelerou os processos. “Ha duas coisas disruptivas. A primeira é que na TV, o produto bruto passa pela produção e durante as diferentes etapas se perde muito material que pode ser utilizado em plataformas digitais, e nelas, esse conteúdo tem valor. A segunda e não só embalar o que esta preparado para a TV, mas sim customiza-lo para os diferentes ambientes de produção e distribuição. Ou seja, o timing é diferente”.
Pela sua vez, Virgilio Abranches, Vice Presidente de Multiplataforma da CNN Brasil, disse que na emissora “evitamos usar a palavra “adaptar”. O processo é completo quando é pensando para cada plataforma. Nascemos com a cultura de produção unificada. Nada sobra. A produção é extensa e condensada. O processo permite que os profissionais no futuro tenham uma ideia de produção multiplataforma, uma ideia de produção de vídeo multiplataforma”.
Em termos de tecnologia, disse Abranches, a pandemia acelerou o processo e ajudou “na introdução da realização de entrevistas em casa, com o telespectador aceitando esse tipo de imagem. A pandemia nos ajudou a explicar ao telespectador que é possível e que a tecnologia pode ajudar a levar informação a casa”.
Pensando nisso, Fini disse que “hoje nas emissoras produzimos mais porque estamos economizando na produção”. Na pandemia, comentou o presidente da SET, “foi quase uma guerra na transformação de tecnologia”. Frase reafirmada por Leonardo Leitão, Solutions Architect – Latin America da Ross Video, quem disse que a empresa “pensa em sistemas com possibilidade de ter uma plataforma unificada com tratamento diferenciado para cada plataforma”. A pandemia mostrou que graças à tecnologia o que antes parecia impossível, agora é, por exemplo, “entrar ao vivo desde qualquer dispositivo. A tecnologia fomenta entrar por diferentes redes desde qualquer lugar”.
Nesse ponto, com mais produção e novos processos, afirmou Leonardo Leitão, “é possível produzir mais, mantendo ou até diminuindo o custo de produção. Os processos mudaram. Na Ross ofertamos um sistema de automação da produção trabalhando com mídias não lineares, que permite controlar tudo desde um único sistema, reduzindo assim a equipe. Nossa cabeça deve estar mais aberta para fazer sem estourar o orçamento. Hoje não temos mais o intermediário, temos uma redistribuição do trabalho”.
Em termos de novas tecnologia, Allem disse que a “pandemia tirou um pouco o pudor de usar soluções diferentes. A diferença é usar a tecnologia a nosso favor colocando o conteúdo no foco. Os softwares cada vez mais intuitivos nos ajudaram no tempo que temos para dedicar-nos a produção, e assim colocando o jornalista no centro da decisão, até técnica, se tiraram muitos intermediários na produção da notícia. A soma da multiplicidade aumenta a produção”.
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Acrescentado o dito, Marcia comentou que “quebrou um tabu. Pelo lado quantitativo, a pandemia renovou o poder de criatividade dos jornalistas, isso fez inovar, se votou uma faísca para ser criativo. Saímos da pandemia com uma vontade de fazer diferente, com um público que reage e isso ajuda. Ainda fomos mais ousados na distribuição do conteúdos aproximando o consumidor”.
Finalizando, Virgilio disse que na notícia “a missão para o futuro é se adaptar as inovações tecnológicas e as formas de consumir. A credibilidade seguirá sendo fundamental para contribuir com a democracia”.
Por Fernando Moura, em São Paulo